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Crivella afirma que a ‘ordem é não gastar'

Pouco depois de ser diplomado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na Câmara de Vereadores, o prefeito eleito Marcelo Crivella, em entrevista na Sala Inglesa da Casa, deu nesta quinta-feira o tom de como pautará sua administração: para ele, o momento é de economizar, para manter as contas públicas equilibradas. Antes, no discurso da diplomação, disse contar até com a ajuda divina.

— Primeiro, faremos o que for necessário. Depois, o que for possível. E, se fizermos tudo com muito cuidado e competência, Deus vai nos ajudar para fazer até o impossível.

Na entrevista, Crivella informou que ainda precisa saber a situação real das finanças da prefeitura.

— A ordem é não gastar até termos a dimensão exata dos compromissos assumidos pela atual gestão e que nós herdaremos. O município do Rio contraiu dívidas acima de R$ 10 bilhões nos preparativos para a Olimpíada. É claro que, na ocasião, nem a Câmara nem o atual prefeito sabiam que estávamos à beira de uma crise. Temos queda de arrecadação e dívidas a pagar. Só de juros e serviços da dívida, são cerca de R$ 400 milhões em 2017. E também temos que honrar compromissos com planos de cargos e salários, bem como arcar com cerca de R$ 600 milhões para o pagamento de aposentados, ou seja, R$ 200 milhões a mais do que em 2016.

Nas últimas semanas, a equipe de transição vem trabalhando numa série de medidas para tentar cortar custos da prefeitura e racionalizar os gastos. As medidas em estudo incluem redução à metade dos cargos comissionados e extinção e fusão de secretarias. Outra providência que deverá ser tomada é a realização de uma auditoria na folha salarial. Os contratos com fornecedores também deverão ser renegociados.

DISCURSO TERMINA COM ORAÇÃO

O prefeito eleito afirmou que vai ter uma relação republicana com a Câmara de Vereadores. Em seu discurso após ser diplomado, Crivella disse que espera contar com o apoio do Legislativo para desenvolver ações importantes para a cidade.

— Ontem foi nossa luta renhida. Hoje é a vitória. E o amanhã é o nosso grande desafio. É hora de cuidar das pessoas, e conto com a ajuda de todos desta Casa que tem o dever de me fiscalizar — disse ele.

Crivella fez uma referência especial à vereadora Luciana Novaes (PT), que ficou tetraplégica ao ser baleada no campus Rio Comprido da Universidade Estácio de Sá, em maio de 2003. A mulher, Sylvia Jane, a mãe e filhos do prefeito eleito acompanharam a diplomação. Ele encerrou o seu discurso com uma oração:

— Que Deus nos proteja e ilumine nossos caminhos, para que possamos cumprir com o nosso dever neste momento de crise e violência.

A cerimônia de diplomação começou com 39 minutos de atraso e durou quase uma hora. Além de Crivella e do vice-prefeito eleito Fernando Mac Dowell, foram diplomados os 51 vereadores que tomarão posse em 1º de janeiro de 2017, sendo 33 reeleitos e 18 novos. Os diplomas foram entregues de acordo com o número de votos recebidos, em ordem decrescente.

O ato, iniciado com a execução do Hino Nacional, foi comandado pelo presidente do TRE, desembargador Antônio Jayme Boente, que desejou sucesso aos eleitos:

— Que consigam contribuir com a nação neste período de turbulência. O deserto precisa ser atravessado.

No fim, o presidente do TRE ainda fez um discurso citando frases de dom Pedro II sobre a política.

Por sua vez, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC) falou em nome dos vereadores eleitos. Ele foi escolhido para representá-los por ter sido o mais votado (106.657 votos).

 

Fonte: O Globo

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