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Escolas ocupadas: secretaria diz que alunos podem perder o ano

O chefe de gabinete da Secretaria estadual de Educação, Caio Castro Lima, disse na terça-feira que os alunos das escolas ocupadas têm 90% de chance de perder o ano letivo se o movimento não terminar até o fim deste mês. Segundo ele, ficará muito difícil repor mais de 30 dias de aulas perdidas.
— Não tem como os professores darem aulas de madrugada. Chegou a hora de os alunos se preocuparem — afirmou Caio.

Na segunda-feira, a secretaria determinou que, para cumprir os 200 dias letivos estabelecidos por lei, os cerca de 76 mil alunos matriculados nas 67 escolas ocupadas terão as aulas repostas em agosto deste ano (durante as Olimpíadas), aos sábados do segundo semestre e em janeiro de 2017. No mesmo dia, o governo decretou o início do período de férias, que vai até 27 de maio, dos estudantes afetados pelas ocupações.

Em resposta às medidas, os porta-vozes das escolas ocupadas na região do Méier convocaram uma manifestação para a manhã de hoje, no Jardim do Méier.

— Queremos mostrar que ainda estamos fortes, o governo não vai conseguir nos desmobilizar — disse Jadson Vieira, aluno do 2º ano do Colégio Estadual Visconde de Cairu, ocupado desde o início de abril.

Os alunos dessa escola, assim como os das demais, reivindicam melhores condições de ensino.

— Temos um laboratório de física, química e biologia no colégio que nunca foi usado. São apenas dois inspetores para dar conta de quase três mil alunos em três turnos. É muito pouco. A escola tem cinco andares, mas nenhum elevador funciona. E os cadeirantes? — disse Bruna Franco, também aluna do 2º ano do Cairu.

No Colégio Estadual Paulo Freire, no Cachambi, a situação é parecida. Na escola, ocupada há 15 dias, há mais de três mil livros novos, enviados pelo Ministério da Educação, estocados no pátio.

— A direção não os distribuiu aos alunos — disse Victor Barreto, aluno do 2º ano.

A Secretaria de Educação reconheceu o problema e se comprometeu a tomar providências.

— Temos 2.285 escolas na rede, administradas por 15 diretorias regionais. A secretaria vai passar a ter mais firmeza na cobrança de seus gestores — prometeu Caio

Segundo a secretaria, mais de 300 estudantes pediram transferência das unidades ocupadas para outras escolas da rede que estão funcionando:

— Lutamos pela desocupação porque muitos alunos estão no último ano e precisam se preparar para os vestibulares — disse Larissa Cordeiro, aluna do 3º ano do Paulo Freire e integrante do movimento Desocupa Já.

 

Fonte: O Globo

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