Peritos dizem que ciclovia desabou porque pista não estava amarrada
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Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) afirmaram, na manhã desta quarta-feira, que o que motivou a queda de parte da Ciclovia Tim Maia, há 14 dias, foi o fato de as plataformas, que funcionam como vigas de sustentação, não estarem amarradas aos pilares.
Segundo o laudo preliminar da perícia do ICCE, a força das ondas, no sentido de baixo para cima, levantou o tabuleiro provocando o desabamento do trecho, que ocasionou a morte de duas pessoas que passavam a pé no local.
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Havia um estudo do impacto das ondas do mar de São Conrado sobre os pilares, mas não para plataforma. Segundo a perícia, que analisou 11 volumes de documentos, o estudo analisou o comportamento de marés até quatro metros e a uma velocidade de 65 quilômetros por hora.
— Fazer os cálculos para analisar o tipo de ancoragem para se fixar a passarela é uma etapa muita complexa. Requer muito fundamento teórico. Tem que fazer cálculos e cálculos. Não havia isso em nenhum documento — explicou um dos peritos.
Um deles foi o engenheiro Moacyr Duarte, especialista em gerenciamento de risco e pesquisador da Coppe/UFRJ, que chegou a comparar, logo após a tragédia, a construção da ciclovia a uma montagem feita com o brinquedo Lego: uma obra modular, formada por pranchas (trechos de pista), colunas e apoios semelhantes. Na época ele chegou a dizer que “o que fica patente é que ela é alinhada no início, mas quando chega mais adiante começam a aparecer afastamentos, irregularidades, apoios irregulares, desalinhamento das vigas que são absolutamente injustificáveis”.
Duarte também ressaltou a falta de um estudo sobre as ressacas na região e destacou ainda que, ao longo de todo o costão, o projeto é para que a onda mais forte suba o costão de pedra, passe por debaixo da ciclovia e acerte a pista de asfalto por onde trafegam os veículos. No entanto, o engenheiro explica que foi formada uma corrente de água de baixo para cima no ponto, que levantou o leito da passarela e o derrubou de cima das colunas. Segundo ele “a questão foi o sentido de ataque da onda e aquele ponto específico ter a presença daquele obstáculo. É bem peculiar”.
Fonte: O Globo
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