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Pedro Paulo: ‘Vou montar um shadow cabinet para proteger nosso legado'

Sem declarar apoio a ninguém no segundo turno, o candidato derrotado do PMDB à prefeitura do Rio, deputado federal Pedro Paulo, disse, nesta segunda-feira, que vai montar um “shadow cabinet”, uma espécie de governo paralelo, para fiscalizar a administração do novo prefeito. Tanto o candidato do PRB, Marcelo Crivella, quanto o do PSOL, Marcelo Freixo, são críticos da gestão Eduardo Paes.

— Na medida em que há duas candidaturas que criticam esse legado (Eduardo Paes), eu não posso me posicionar para qualquer uma delas. Ao contrário. O que vão ter de mim, agora como deputado, é alguém que vai fiscalizar e vai trabalhar para proteger esse legado. E eu vou montar o meu “shadow cabinet”, tenho já organizado isso. Não tem ninguém nessa cidade que conheça tanta a prefeitura como eu e o prefeito, cada órgão, cada setor, cada área da prefeitura. Nós somos leitores disciplinados do Diário Oficial, nós acompanhamos no detalhe essa administração. Então, saiu uma nomeação, uma licitação, um aditivo, qualquer tipo de mudança que represente risco ao que nós conquistamos nos últimos oito anos, eu estarei ali fiscalizando, cobrando como deputado — disse ele.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

O que está achando do segundo turno?

Um horror. Há muito mais desconstrução dos candidatos do que propostas para o Rio. Acho que vai ter um crescimento do não-voto (abstenções, brancos e nulos), que já foi muito expressivo no primeiro turno, quase 43%. Acho que você pode ter uma eleição muito aberta e de não-voto passando de 50%, ou seja, um candidato se elegendo com basicamente de 20 a 25% dos votos do total do eleitorado da cidade.

A última pesquisa do Ibope mostrou que o seu eleitorado está migrando para Marcelo Freixo.

Você tem, de um lado, a repetição da propaganda eleitoral, e também um pouco desses ataques, que podem estar causando um dano maior ao Crivella. É muito mais isso do que um movimento do eleitor do Pedro Paulo migrando para o Freixo por algum comando. É mais fluxo mesmo da campanha do segundo turno.

Quem o senhor considera a melhor opção para a cidade?

Não vou apoiar nenhuma das duas candidaturas, que apresentam modelos de cidade completamente divergentes do que nós fizemos, de gestão profissional, aberta à iniciativa privada, de valorização dos servidores, de fazer a cidade avançar em todas as áreas. A candidatura do Freixo é estreita, sem capacidade de dialogar. Você vê que, no segundo turno, não tem qualquer tipo de construção com a Câmara dos Vereadores, com outros partidos. Ela continua estreita, no campo dela, fazendo campanha para os seus, e acho que ainda não houve nenhuma revisão de posicionamento mais ao centro. Do outro lado, há a candidatura do Crivella, que representa um fisiologismo, essa mistura de religião com política, um olhar para a cidade que a gente teme muito para o futuro do Rio.

Mas integrantes de sua campanha estão trabalhando para Marcelo Freixo.

Da minha campanha, não. Não tem qualquer coisa a partir do nosso comando. Pode ter uma contratação direta.

O candidato do PSOL divulgou uma carta se comprometendo com o equilíbrio fiscal e alguns ex-auxiliares do prefeito estão na campanha dele. Isso não indica um caminho para o centro?

Eu acredito que pode estar aí uma tentativa, mas é muito diferente o que pensa ele do que pensa seu entorno. O problema é isso virar mais um estelionato eleitoral, que a gente já viu na História do Brasil. Você vender, no desespero da campanha, algo que não acredita e depois não implementar.

O senhor foi o único candidato que não se posicionou no segundo turno.

Meu posicionamento representa aquilo que nós fizemos (na prefeitura). Na medida em que há duas candidaturas que criticam esse legado (da gestão Paes), eu não posso me posicionar para qualquer uma delas. Ao contrário. O que vão ter de mim, agora como deputado, é alguém que vai fiscalizar e vai trabalhar para proteger esse legado. E eu vou montar o meu "shadow cabinet" (governo paralelo), tenho já organizado isso. Não tem ninguém nessa cidade que conheça tanta a prefeitura como eu e o prefeito, cada órgão, cada setor, cada área da prefeitura, nós somos leitores disciplinados do Diário Oficial, nós acompanhamos no detalhe essa administração. Então, saiu uma nomeação, uma licitação, um aditivo, qualquer tipo de mudança que represente risco ao que nós conquistamos nos últimos oito anos, eu estarei ali fiscalizando, cobrando como deputado.

Esse “shadow cabinet” é um preparativo para a campanha de Eduardo Paes a governador em 2018?

A campanha para o governo é muito maior. Esse é um movimento de defesa da cidade, daquilo que nós construímos. Eu vou ficar acompanhando, por exemplo, o Porto Maravilha. Quero saber como vai ser a construção dos próximos passos. As obras de continuação da Transbrasil, do sistema do BRT, fiscalizar os programas da saúde, se terão retrocesso, a Escola do Amanhã, ensino integral, se vai continuar a atenção primária na Clínica da Família.

Os vereadores do PMDB estão apoiando o Crivella. Então, se ele for eleito, não haverá essa fiscalização na Câmara Municipal por parte deles.

É natural que os vereadores façam seus movimentos de reposicionamento, sobrevivência. O vereador tem uma função muito localizada. Não dá para eu exigir de um vereador que tem uma base localizada, que é cobrado por uma obra, que não possa estar próximo do prefeito. Eu não tenho a menor vocação para cacique. E o partido tomou essa posição de liberar (seus quadros).

Na semana passada foram divulgadas fotos do prefeito, em um festival de cerveja, com eleitores e adesivos do Freixo.

O prefeito é absolutamente informal, ainda mais em evento de cerveja. Os caras pediram para tirar foto, isso tem acontecido direto.

O senhor tem planos de se candidatar de novo à prefeitura?

Agora eu vou cumprir meu mandato de deputado federal. Isso que eu vou fazer até 2018 e trabalhar a minha reeleição.

Paes é candidato natural ao governo do estado?

Não tenho nenhuma dúvida.

E vai ser pelo PMDB que ele vai disputar?

Sem dúvida, não há cogitação de outra hipótese.

O PMDB do Rio enfrenta a crise no estado, a derrota para a prefeitura e acusações de corrupção contra lideranças como o presidente Jorge Picciani e o ex-governador Sérgio Cabral. Qual é o futuro do partido no Rio?

A gente tem momentos de altos e baixos. A derrota impõe uma revisão para o futuro do PMDB, mas não acho que a gente esteja no final de um ciclo. A gente tem aí 2018 batendo na porta. A gente teve uma derrota na prefeitura, mas com um governo que a gente se orgulha muito. Em relação às investigações, cada um tem que ter suas explicações. Eu acredito na defesa deles. E é importante dizer que todas as citações na Lava-Jato do Porto Maravilha não se referem à prefeitura do Rio. Foram localizadas no governo federal, na Caixa Econômica Federal e com o deputado Eduardo Cunha, que está preso. Não tem uma vírgula de envolvimento nessa citação de um membro da prefeitura.

Que tipo de revisão que o partido tem que fazer?

De estratégias eleitorais. Quando você perde, sempre tem erros. Em primeiro lugar, eu sou o responsável pela minha derrota. Ainda que a gente passasse por todos os problemas que vivemos do PMDB, a começar pelo meu problema (acusação de agressão à ex-mulher), (a crise) do estado, ainda assim a gente tinha a possibilidade de estar no segundo turno, mas a campanha teve erros estratégicos. Eu deixei muito que o marketing estivesse acima da política. Isso afastou, em determinado momento, o Eduardo (Paes) da campanha e ele retornou tarde. Um segundo elemento foi que eu não enfrentei diretamente a questão do episódio da minha ex-mulher e isso não deixou claro para uma parcela da população que aquele episódio foi arquivado, que aquilo foi uma mentira, que foi feito em um momento de um casamento muito conturbado e que ela fez isso na época para me prejudicar e depois se arrependeu, que aquilo não aconteceu. A gente tomou a decisão a partir do marketing de não falar isso abertamente na campanha na TV. Faltou explorar no horário eleitoral. Eu digo que a gente ficou um pouco escravo do marketing porque a gente ficava fazendo avaliações de (pesquisas) qualitativas, de como isso impactava determinados públicos e caía muito mal. Mas a gente tinha que enfrentar isso politicamente. E um problema que não foi um erro nosso de estratégia, mas foi um problema nos últimos dias, foram as pesquisas. Foram absolutamente distantes da realidade.

O presidente do PMDB, Jorge Picciani, disse que o partido precisa democratizar o processo de escolha das candidaturas e que, no caso do senhor, foi uma decisão de cúpula. O senhor acha que foi um erro insistir na sua candidatura mesmo com as dificuldades que se apresentaram desde o início?

Não, porque ainda com todas as dificuldades que tivemos na pré-campanha, a minha candidatura tinha todas as chances de estar no segundo turno. Eu respeito o posicionamento do presidente, acho que ele tem razão, essas discussões internas são sempre positivas. Só para reafirmar, não tive corpo mole de qualquer militante de meu partido (na campanha). Acho também que a gente ultrapassaria (ganharia) uma convenção municipal. Ninguém consegue trazer 15 partidos para uma coligação, se a minha candidatura não produzisse uma expectativa concreta de segundo turno e de vitória.


Fonte: O Globo
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