Sem citar Witzel, interventor e secretário de Segurança criticam fim da pasta no novo governo

O general Richard Nunes, secretário de Segurança do Rio, e o general Braga Netto, interventor federal para a área de Segurança Pública, criticaram o fim da pasta, proposta defendida pelo governador eleito Wilson Witzel. Eles falaram na manhã desta terça-feira em um fórum de debates do Observatório Militar da Praia Vermelha, na Escola de Comando e Estado Maior do Exército, na Urca, na Zona Sul do Rio. Para o general Richard, a extinção da pasta responsável pela coordenação das polícias Civil e Militar é um desafio para o próximo governo:

- Impacta bastante. E nos preocupa muito. No nosso entendimento, se a Secretaria não fosse necessária, teríamos feito isso. Não entendemos. Ficamos preocupados com a transição sem uma secretaria para integrar as polícias. Um desafio para o futuro governo.

Segundo o general Richard Nunes, a intervenção federal, em vigor desde o dia 16 de fevereiro, foi planejada com o atual organograma da área de Segurança Pública do estado. Entre as dificuldades que poderão surgir com o fim da pasta, ele destacou a Inteligência das operações:

- Se estruturamos a intervenção com base nesse organograma, no momento em que se divide essa secretaria, isso vai causar dificuldades administrativas, de Inteligência para operações, que são coordenadas por um órgão capaz de dialogar com o governo federal. Imagino que o Rio de Janeiro será o único estado a não ter a Secretaria.

O general Braga Netto não falou com a imprensa, mas, durante a sua apresentação, também criticou a ideia de acabar com a Secretaria de Segurança:

- A primeira surpresa que eu tive é que, na nossa instituição, quem planeja a intervenção é quem sai. Esse foi o meu primeiro choque. Mas todo o planejamento que apresentei foi montado em cima dessa estrutura: Secretaria de Segurança, Defesa Civil e bombeiros e assuntos penitenciários. Todo o legado foi planejado para esta estrutura. Essa é a minha preocupação com a transição. A nova estrutura teria Polícia Militar, Civil. Como é que vai se adaptar o legado que vamos deixar com a nova estrutura?

A diretora do Instituto de Segurança Pública (ISP), Joana Monteiro, destacou que o órgão, responsável pelos dados da área de Segurança no estado, precisa trabalhar com as duas polícias ao mesmo tempo. Hoje, o ISP é vinculado à Secretaria de Segurança, e atua de forma independente às polícias Militar e Civil.

- É importante que o instituto esteja em uma posição para que consiga trabalhar com as duas polícias ao mesmo tempo. (O trabalho do ISP no próximo governo) depende muito de como será a nova estrutura do Rio de Janeiro.

Em entrevista à imprensa, Joana Monteiro defendeu o trabalho desempenhado pela Intervenção Federal na área da Segurança Pública do Rio de Janeiro. Segundo ela, esse trabalho precisa continuar:


- A gente saiu da febre muito alta e conseguiu um controle sobre isso, mas precisamos de avanços estruturais muito fortes para melhorar esses dados. Precisamos ter em mente que esse é um trabalho de nove meses que precisa continuar. Não pode esperar que vamos ter uma ação e vai tudo melhorar. É um trabalho contínuo - frisou.

Em nota, o governador eleito Wilson Witzel disse que "considera que as recomendações e sugestões do Gabinete de Intervenção Federal são sempre bem-vindas, agradece todo o esforço feito pela intervenção e reitera que o futuro governo aproveitará o seu legado".

 

Fonte: EXTRA

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