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JORNAL
ASFUNRIO - Quais são as suas principais
propostas para atender as demandas dos servidores municipais?
ANTONIO
CARLOS SILVA – Diferentemente dos demais
partidos e candidatos, o PCO não faz promessas
e diz claramente que os problemas de todos os setores
explorados da nossa sociedade (como é o caso
do funcionalismo) só podem ser resolvidos pela
organização e luta dos próprios
interessados. Assim, em primeiro lugar propomos a mobilização
dos servidores entre outros pontos pela: - reposição
das perdas salariais; - piso salarial que atenda às
necessidades do servidor e da sua família (que
hoje deveria ser de R$ 2.500); - redução
da jornada de trabalho, sem redução dos
salários; - eleição e destituição
de todos os cargos de chefia e direção
pelos servidores e pela população; - estabilidade
no emprego para todos os trabalhadores celetistas.
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JA - O município do Rio tem hoje mais de 3 mil
servidores celetistas, alguns com mais de 20 anos de serviço.
Quais são as suas propostas para esses servidores? Há,
por exemplo, proposta para efetivá-los? Se sim, quais
serão as regras para a efetivação dos celetistas?
ACS – É típico dos patrões e dos
seus governos “sugarem” os trabalhadores como se
fossem laranjas para, depois do uso, descartarem o “bagaço”
ou lhe negarem direitos, sob os mais variados pretextos. Defendemos
a efetivação de todos os trabalhadores que exerçam
funções de importância para a comunidade.
JA - Pretende criar novos concursos públicos
no município?
ACS – Para atender às necessidades da população
carioca com serviços públicos essenciais é
necessário lutar pela contratação de milhares
de trabalhadores nas mais diversas áreas (saúde,
educação, obras etc.), por meio de concursos públicos
que devem ser realizados sob o controle do funcionalismo e da
população. È necessário também
o fim da terceirização e outras formas que visam
apenas transferir os recursos da prefeitura para os cofres de
empresas privadas.
JA - Quais são as suas propostas para o setor
da saúde?
ACS – Graças à destruição
do sistema público de saúde – realizada
para favorecer os capitalistas que lucram a doença da
população trabalhadora - e a falta de investimentos
públicos no setor o Rio é uma cidade doente, com
pessoas morrendo nas filas dos hospitais e postos de saúde,
vítimas da falta de assistência adequada ou sem
nenhum atendimento. Um genocídio da população
pobre, como se vê no caso da dengue.
Não há outro caminho para resolver esta situação
senão a mobilização da população
trabalhadora, dos trabalhadores do setor, com um programa em
defesa da saúde pública, gratuita e de qualidade
para todos: *Estatização de toda a rede privada
de saúde, do atendimento médico à produção
de medicamentos: a saúde não pode continuar sendo
fonte de lucros para um punhado de sanguessugas e grandes monopólios.
* Reposição das perdas salariais de médicos
e trabalhadores da saúde. Redução da sua
jornada de trabalho, sem redução dos salários.
* Aumento dos gastos com saúde e saneamento básico,
financiados com o fim dos cortes no orçamento para pagar
os gastos com a dívida externa e interna com grandes
especuladores e com parte dos recurso vindos da necessária
estatização do petróleo brasileiro.
JA
- Como pretende reduzir a lotação nos hospitais
municipais e melhorar o atendimento?
ACS – É preciso construir novos hospitais e municipalizar/estatizar
a rede privada, porque o atendimento da população
é uma questão emergencial que tem que ser colocada
acima dos interesses das redes privadas. È preciso denunciar
e lutar contra a política reacionária dos governantes
responsáveis pelo caos na saúde que procuram culpar
os médicos e funcionários por esta situação.
Vagabundos são eles, que deixam o povo morrer de dengue,
nos postos e hospitais, arrocham os salários e não
oferecem condições mínimas de trabalho,
enquanto gastam milhões em suas campanhas eleitorais
e no favorecimento das empresas privadas.
JA
- Como pretende combater a epidemia da Dengue, que sempre assola
o Rio no verão?
ACS – Nessa área – como nas demais - o problema
não é a alegada falta de recursos, mas o fato
de que os recursos são usados em favor dos capitalistas.
Não há outro caminho para resolver esta situação
senão a mobilização dos servidores e da
população exigindo imediatamente um plano de obras
públicas de saneamento; contratação de
milhares de médicos e servidores que atuem – desde
já – na prevenção e combate à
epidemia que tende a vir com mais força no próximo
ano, por falta de medidas dos governos patronais.
JA
– O senhor, se eleito, pretende contratar mais profissionais
para as áreas da saúde e educação?
ACS – O PCO defende a realização de concursos
públicos para contratação de milhares de
trabalhadores destes setores para atender às necessidades
da população, com a necessária melhoria
dos serviços. É o caso da Educação
onde é necessário reduzir a jornada dos educadores
e o número de alunos por sala de aula (máximo
de 25) o que geraria milhares de novas vagas.
JA – O senhor é a favor da aprovação
automática no ensino público? E quais são
suas propostas para a educação?
ACS – O ensino público foi levado a um processo
de destruição sem igual na história do
País. Partidos e candidatos patronais fazem promessas
nesta campanha, mas seus governos cortam as verbas para a educação.
Os educadores ganham até um terço do que recebiam
há três décadas e as escolas são
verdadeiros presídios para os alunos. Para fingir que
esta escola ensina, impuseram a “aprovação
automática”, diplomando até alunos analfabetos.
Só a luta dos educadores, da juventude e da população
trabalhadora pode barrar esta ofensiva: * Verbas públicas
somente para o ensino público * Fim da “aprovação
automática” e de toda a política de destruição
do ensino público adotadas nos últimos anos *
Piso salarial nacional de R$ 3.000 para professores (para jornada
de 30h/aula semanais, sendo 20h/aula em sala) e de R$ 2.500
para os funcionários da Educação; * Máximo
de 25 alunos por sala nas escolas públicas. * Fim do
vestibular, livre acesso à universidade pública
para todos.
JA
- No seu governo, os familiares dos servidores poderão
ter direito ao plano de saúde?
ACS – A garantia da saúde dos servidores e de suas
famílias é um dever dos seus patrões, no
caso da Prefeitura, do governo municipal. Defendemos a garantia
de atendimento em uma rede pública de qualidade, mas
é evidente que enquanto esta rede não seja conquistada
é preciso garantir o atendimento dos familiares por meio
dos planos de saúde e outros mecanismos.
JA – O senhor é a favor que a Guarda Municipal
tenha regime estatutário, e que ainda adquira poder de
polícia?
ACS – Não, somos pela dissolução
da Guarda Municipal e de todo o aparato repressivo (PM, Polícia
Civil etc.) da forma como existem atualmente, atuando como verdadeiras
máquinas de guerra contra a população,
atuando contra os favelados, camelôs e outros trabalhadores,
a serviços dos interesses dos capitalistas que dominam
a prefeitura. Defendemos a constituição de milícias
populares (uma policia dos trabalhadores) com todos os postos
de comandos eleitores e destituíveis pelas comunidades.
Essa é também a única forma de combater
o regime de milícias fascista que atuam nos bairros operários
com a aquiescência do Estado.
JA
- De que forma o município poderá ajudar no combate
à violência?
ACS – Com o pretexto de combater a violência e defender
o cidadão, os governos patronais estão impondo
um verdadeiro regime de terror e repressão contra a população
trabalhadora. Enquanto pessoas inocentes são fuziladas,
os maiores criminosos do País – banqueiros, outros
grandes capitalistas, mafiosos, chefes políticos –
permanecem em liberdade permanecem em liberdade, acumulando
fortunas e aplicando novos golpes. Para nós do PCO, só
a mobilização popular pode conquistar o fim da
violência do Estado contra os explorados. Defendemos o
fim da ocupação do Rio pelas tropas do Exército;
a dissolução das PM’s e de todo o aparato
repressivo e o direito da população a se armar.
JA
- Há proposta para melhorar a iluminação
na cidade, pois há várias ruas em completo apagão,
o que beneficia a ação de criminosos?
ACS – Essas e outras medidas, como a melhoria das condições
das vias públicas, do transporte coletivo etc. que só
podem ser conquistadas com a mobilização popular
contra os governos dos patrões e dos criminosos sanguessugas
da população são o único caminho.
JA - O que fará para conter o avanço das
favelas?
ACS – A favelização é o resultado
das miseráveis condições salariais da população,
da especulação imobiliária e da falta de
investimentos públicos em moradia digna para centenas
de milhares de pessoas sem teto ou sem condições
dignas de moradia. O PCO entende que a moradia – assim
como saúde, educação – é um
direito fundamental do cidadão. À maioria dos
brasileiros, no entanto, é um direito de difícil
concretização, devido aos baixos salários
e à inexistência de uma política governamental
nesse sentido. Para resolver o problema, o PCO propõe
a luta por:
* Salário mínimo vital de R$ 2.500,00, capaz de
suprir as necessidades do trabalhador, entre elas a de moradia;
* Plano emergencial de obras públicas, como forma de
construir as casas populares que a cidade e o país precisam
e, ao mesmo tempo, gerar novos empregos; * Recursos para a moradia
popular da nacionalização do petróleo e
de pesados impostos sobre os grandes capitalistas
* Estatização do Sistema Financeiro da Habitação
sob o controle dos trabalhadores para garantir crédito
barato e desburocratizado à população de
baixa renda, para a aquisição da casa própria;
* Não pagamento da dívida externa aos banqueiros
internacionais, como forma de garantir o uso das riquezas do
país em benefício de sua população;
* Nenhum subsídio aos capitalistas; verbas públicas
apenas para serviços públicos.
JA - Quais são as suas propostas para o setor
de transporte?
ACS – Por meio da mobilização dos trabalhadores
e da juventude é preciso conquistar:* Estatização
do transporte urbano, sob o controle dos trabalhadores * Liberdade
de trabalho e regularização do transporte alternativo
* Pesados investimentos públicos na melhoria do transporte
coletivo, com ampliação e modernização
das linhas de metrô, trem, barcas, etc. * Passe livre
nos transportes para estudantes e desempregados
JA
- Quais serão as suas principais ações
para amenizar/resolver os problemas de engarrafamento na cidade?
ACS – O caos no trânsito de nossas cidades é
expressão da anarquia de governos capitalistas e da falta
de investimentos públicos em tudo aquilo que diga respeito
aos interesses da maioria da população. Enquanto
as cidades chegam a parar, milhões andam à pé,
e a população é transportada como “sardinha
em lata”, ficando horas nos ônibus, trens, metrôs
e automóveis, os governos patronais não tem qualquer
política de resolução desses problemas
para o que é necessário atacar os interesses dos
monopólios privado do transporte que lucram com a situação
atual. A questão central, portanto, é a mobilização
pela melhoria do transporte coletivo.
JA - O governo Lula vai liberar R$ 85 milhões
para beneficiar a cidade na disputa para sediar as Olimpíadas
de 2016. É válido investir tanto dinheiro para
trazer a Olimpíada de 2016 para o Rio em detrimento de
áreas prioritárias como habitação,
saúde e educação?
ACS – Eventos como o PAN e as Olimpíadas, em geral,
fazem a festa das grandes empresas do setor esportivo, monopólios
de comunicação (TV’s etc.) e redes de hotéis
de luxo. Para a população pobre, vem o exército
e a repressão a pretexto de garantir a segurança
e faltam as verbas para os serviços essenciais. È
necessário tornar públicos todos os gastos dos
recursos do povo com estas atividades e fazer com que a população,
por meio dos conselhos operários e populares, delibere
quais são as prioridades. Por exemplo, se devem ser construídos
ginásios e piscinas nas escolas públicas para
a prática de esporte de milhões (para que tenhamos
milhares de “Daianes”, “Diegos”, “Cielo’s”
etc. não apenas entre os filhos da classe média
mas entre os filhos da classe operária, favelados etc.
JA - Pretende reduzir impostos como IPTU?
ACS – O programa do PCO defende o fim de todos os impostos
sobre a população trabalhadora. São os
capitalistas que devem financiar os governos que existem com
gerentes seus interesses. Os governos atuais usam a política
de verdadeiros “Hobin Hood às avessas”, ou
seja, tiram dos pobres para dar aos ricos; é preciso
por fim à esta política por meio da mobilização
da população trabalhadora. Defendemos a existência
de um imposto único sobre o grande capital, o que inclui
as grandes propriedades e os imóveis dos especuladores.
JA - Pretende beneficiar a abertura de novas empresas
na cidade? Se sim, como?
ACS – Ao contrário de distribuir recursos para
as grandes empresas e máfias de todos os tipos que expropriam
o povo e controlam a administração pública,
o PCO defende subsídios apenas para os pequenos produtores,
cooperativas, trabalhadores autônomos (incluindo camelôs,
perueiros etc.) que, atualmente, ao invés de serem apoiados
são perseguidos pela administração pública.
JA
- De que forma pretende atrair investimentos para a cidade?
ACS – Um governo dos trabalhadores é o único
capaz de mobilizar a maioria da população pela
conquista dos seus direitos, incluindo os recursos públicos
que são devidos ao povo do Rio (segunda maior cidade
do País) e os recursos privados expropriados pelas grandes
capitalistas da população que trabalha produz
as riquezas, mas delas não desfruta.
JA
- No seu programa de governo, há proposta para racionalizar
a máquina administrativa e melhorar a eficiência
da administração pública, através
dos servidores e equipamentos?
ACS – O problema central é a vontade política
para colocar em prática tais soluções que
os servidores e a população usuária dos
serviços públicos são capazes de apontar.
Somente através de uma mobilização unitária,
massiva e consciente é que tal programa pode ser colocado
de modo integral e sólido em prática.
* Colocar a administração municipal a serviço
dos interesses da classe trabalhadora contra a burguesia. *
Não à farsa do orçamento participativo,
pelo controle da administração municipal através
de conselhos operários e populares com delegados eleitos
em assembléias nos locais de trabalho, estudo e moradia;
* Pelo fim das negociações secretas entre as administrações
municipais e empreiteiras de obras públicas e das licitações
fajutas, realização de obras por frentes de trabalho
organizadas pela própria prefeitura como meio de utilizar
verba pública para acabar com o desemprego; etc. Contra
os governos patronais de esquerda e de direita e sua política
antioperária: lutar por um governo dos trabalhadores
da cidade e do campo; pelo socialismo.