Banco
do Brics cria 'rede de proteção'
aos cinco países do bloco, diz Dilma
A presidenta Dilma
Rousseff classificou nesta quarta-feira como "completamente satisfatória" a
criação do banco do Brics (Brasil,
Rússia, Índia, China e África
do Sul), formalizado nesta terça, em Fortaleza,
no Ceará, durante a sexta reunião
de cúpula do bloco. Além disso, a
presidenta relatou que isto não significa
que esses países deixarão de participar
de outras instituições multilaterais,
como o G20, por exemplo. Dilma negou ainda que
o Brasil tenha “cedido” presidência
do novo banco aos indianos: “o Brasil não
cedeu porque não tinha, não era dono”,
disse.
Segundo a presidenta, o banco do
Brics cria uma rede de proteção para os cinco países
e muda as condições de financiamento
dos integrantes do bloco. “Um dos pontos
da pauta desta terça foi o problema da reforma
acertada no G20, das instituições
financeiras multilaterais, como o FMI, por exemplo.
Porque, na distribuição de cotas
do FMI, não está refletido o poder,
a correlação de forças econômicas
dos países que integram o G20, que são
as 20 maiores economias do mundo”, frisou
Dilma
Logo após assinar acordos
bilaterais com o primeiro-ministro da Índia,
Narendra Modi, Dilma voltou a defender mudanças
no FMI. “Não temos o menor interesse
em abrir mão do fundo monetário.
Pelo contrário: temos interesse em democratizá-lo
e torná-lo mais representativo. O novo banco
do Brics não é contra, ele é a
favor de nós. É diferente. É uma
postura completamente diferente. E terá sempre
uma postura diferenciada em relação
aos países em desenvolvimento”, acrescentou
a presidenta.
A presidenta comentou as críticas de que
o Brasil teria “cedido” a presidência
do banco. "Se a gente tivesse ficado com a
primeira vice-presidência, a imprensa estaria
dizendo 'O Brasil perdeu a sede'. O que se trata é de
um banco gerido por um conselho de administração — que
o Brasil preside; por um conselho de ministros — que
a Rússia preside; por um presidente — que é da Índia
e tem o primeiro banco localizado lá na
China".
Ela acrescentou que o banco terá escritório
na Ásia e na África e depois na América
Latina. “Isso significará uma forma
de gerir o banco que vai ser a mesma forma que
o Brics têm. Então, é absolutamente,
eu diria assim, inadequado, avaliar o resultado
dessa cúpula assim. Cada país tem
o seu papel e vai tendo em várias outras
esferas, sistematicamente”.
Fonte:
Jornal
O Dia |