Cesar Maia será 'embaixador' de Pezão em 2015.

Muita gente foi pega de surpresa quando Cesar Maia (DEM) foi anunciado como candidato ao Senado na chapa do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Se a inusitada união não vingou para o democrata, que viu o senador eleito Romário (PSB) vencer com mais de três milhões de votos de vantagem, a parceria voltará a acontecer, desta vez no Poder Executivo: Pezão pretende colocar Maia como secretário de Relações Internacionais a partir de 2015. 

A presença de Cesar Maia no governo está sendo articulada por seu filho, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM), e é vista com bons olhos no Palácio Guanabara. A ideia do governo é transformar o atual “Conselho Consultivo de Relações Internacionais” numa pasta para Maia, transformando-o numa espécie de “embaixador” do Rio a partir de 2015. Em vista está a imagem do estado às vésperas dos Jogos Olímpicos de 2016 na capital.

Entre as funções do atual vereador do Rio estariam a de intermediar acordos comerciais com grandes empresas do exterior. Segundo um interlocutor, o objetivo é atrair mais investimentos para o estado no porte da fábrica da montadora de automóveis Nissan. Este ano, a montadora entrou em operação em Resende, no Norte Fluminense, depois de um investimento de R$ 2,6 bilhões. Como justificativa está até o fato de que para Pezão ir em viagem ao exterior, é necessário respeitar uma série de protocolos oficiais - algo dispensável a um secretário, que poderia viajar de “voo comercial”.

Na avaliação dos que defendem a indicação do nome de Maia, Pezão não teria o perfil para costurar acordos comerciais fundamentais. O democrata seria uma solução técnica e viável. Além da experiência adquirida após dois mandatos como prefeito, ele também é vice-presidente da Internacional Democrata de Centro. Recentemente, ele pediu licença da Câmara Municipal para participar de uma reunião da entidade em Cabo Verde, na África. Na Câmara, ele articulou a criação de uma comissão especial para Relações Internacionais. 

Oficialmente, Maia disse não saber das “intenções e das extensões” do cargo que Pezão lhe oferecerá como uma espécie de prêmio de consolação depois de uma campanha eleitoral conturbada. A aliança dos antigos adversários ocorreu em junho, quando o ex-governador Sérgio Cabral desistiu de concorrer ao Senado para dar lugar ao ex-prefeito, ato que formalizou o “Aezão”.

O movimento, engrossado por setores do PMDB, defendia voto no então presidenciável Aécio Neves (PSDB) e em Pezão, mesmo com o apoio do governador à reeleição de Dilma Rousseff (PT). Ao analisar a união, o prefeito Eduardo Paes classificou a aliança de “bacanal eleitoral”.

Governador diz que ‘Lava Jato’ não atrasará obras 

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou nesta segunda que as obras que estão sendo feitas para os Jogos Olímpicos de 2016 não serão afetadas pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga empreiteiras que prestam serviços ao governo do Rio. Ele declarou ainda desconhecer as operações do PMDB no Rio citadas pela investigação, que apura um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas com recursos da Petrobras. 

Segundo o governador “as obras estão todas em andamento, e dentro do cronograma. São grandes empresas, que são responsáveis pelas obras realizadas para os Jogos Olímpicos de 2016, como a Linha 4 do Metrô”. A declaração foi dada durante o evento ‘Pacto pela Boa Governança: Um Retrato do Brasil’, organizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília. 

Pezão disse ainda acreditar que as investigações da PF levarão mais tempo, e pediu cautela em relação as empreitas investigadas. Sobre o envolvimento do PMDB, foi taxativo e declarou não ter “relacionamento nenhum” com o que está sendo investigado. 

“Se forem interrompidas, essas empresas não vão paralisar só o Rio. Paralisam o Brasil todo. Então, é preciso ter muita muita cautela também, e garantir o direito de todo mundo se defender, acho que é fundamental em uma democracia. Quem é acusado tem o mesmo direito de defesa”argumentou o governador do Rio.

 



Fonte:
Jornal O DIA

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