Tumulto marca desocupação de prédio no Flamengo, no Rio

O Edifício Hilton Santos, no Flamengo, na Zona Sul do Rio, foi desocupado nesta terça-feira (14), por volta das 10h. Os invasores aceitaram a proposta de deixar o prédio e começavam a sair espontaneamente, quando a polícia constatou que foram incendiados colchões no interior do imóvel. Em seguida, teve início tumulto e correria. Três pessoas — dois envolvidos no tumulto com a polícia e um policial denunciado por usar spray de pimenta perto de uma criança — foram detidas e encaminhadas para a delegacia.

Bombeiros entraram no imóvel para apagar as chamas, com o apoio de homens do Batalhão de Choque. Às 10h20, havia muita fumaça do lado de fora e correria do lado de fora. Logo em seguida, uma mulher e um homem, que, de acordo com a polícia, atirou pedras na direção de agentes, foram detidos. Às 10h33, segundo informações da Globonews, não havia mais ocupantes do edifício. Ainda era a grande a concentração de pessoas na frente do edifício, porém. Os detidos foram encaminhados para a 10ª DP (Botafogo).

Onze pessoas ficaram feridas e foram atendidas sem gravidade pelos bombeiros após a desocupação. Quatro delas foram encaminhadas ao Hospital Municipal Miguel Couto e sete foram encaminhadas ao Hospital Municipal Souza Aguiar.

Além disso, um homem que levava um bebê no colo quando saía do prédio, acusa policiais militares de usarem spray de pimenta perto do menino. "Eles esfregaram [o spray] na minha cara e na face do meu filho. Ele foi reconhecido e eu quero saber o que eu posso fazer. A única coisa que eu sei é que meu filho está entre a vida e a morte porque foi forçado, não foi um parto natural. Eu sou trabalhador e honro o que eu faço. Meu nome é Carlos Alessandro", afirmou. O policial envolvido no caso também foi para  a 10ª DP para que a denúncia fosse apurada.

A Prefeitura do Rio informou que disponibilizou 130 vagas para os invasores num abrigo em Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade. Os ocupantes do prédio, entretanto, rejeitaram a oferta e por volta das 11h40 planejavam protestar em frente à Prefeitura. A Justiça determinou a reintegração do imóvel, que já foi sede do Clube de Regatas do Flamengo, foi arrendado pelo Grupo EBX, de Eike Batista. Beirando o abandono, o local foi ocupado há uma semana.

Durante a madrugada desta terça, cinco viaturas da Polícia Militar acompanharam a movimentação no local. Quem saia do prédio é impedido de retornar. Segundo moradores, uma mulher deu à luz nesta madrugada dentro do prédio. Segundo os ocupantes, Fernanda da Silva Pessoa estava grávida de seis meses e teve o bebê dentro do prédio ocupado. Ela foi levada para o Hospital Miguel Couto e de acordo com o pai do bebê, apesar de ter nascido prematura, a criança passa bem.

A moradora Celia Regina Cesário,  de 58 anos, afirmou que vai voltar para a rua e espera receber auxílio das autoridades. "Vamos voltar para a rua de novo. Para que casa que a gente vai? Isso aqui é do Flamengo, eles não tem que me dar nada. Quem tem que me dar são os governantes. Eu votei neles, então eles tem que olhar por nós. Votei no Paes, Pezao e Dilma", disse.

 


Fonte:
G1

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