Caso Bethlem: polícia investiga suspeitas de lavagem de dinheiro em ONG

Para apurar suspeitas de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a ONG Casa Espírita Tesloo, agora rebatizada Obra Social João Batista, a Polícia Civil faz uma operação desde o início da manhã desta quarta-feira para cumprir 26 mandados de busca e apreensão em imóveis nas zonas Sul e Oeste, além do Centro. O objetivo da ação, que conta com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar, é colher provas sobre operações financeiras realizadas por 11 pessoas ligadas à ONG, a mesma envolvida em caso de corrupção envolvendo o ex-deputado Rodrigo Bethlem.

Segundo os policiais da Coordenadoria de Combate a Corrupção e Lavagem de Dinheiro, a investigação foi iniciada com base no relatório de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), que aponta saques e transferências bancárias consideradas suspeitas. Ainda de acordo com as investigações da polícia, o Tribunal de Contas do Município (TCM) também identificou diversas irregularidades em contratos firmados pela ONG. O objetivo é identificar envolvidos que estejam se beneficiando dos possíveis ajustes fraudulentos da organização, que teve a quebra do sigilo bancário concedida pela Justiça.

DENÚNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

A entidade é suspeita de envolvimento num esquema de desvio de dinheiro para pagamento de propinas ao ex-secretário municipal de Assistência Social Rodrigo Bethlem (PMDB), conforme investigações feitas pelo Ministério Público. Ainda de acordo com o MP, recursos públicos foram desviados em contratos superfaturados entre a prefeitura e a entidade para a terceirização de grande parte da folha de pagamento municipal durante o período em que Bethlem atuou com secretário. Assim, funções que deveriam ser exercidas por funcionários concursados eram ilegalmente terceirizadas.

Além de ignorar a regra constitucional do concurso, os contratos criam vínculo de dependência entre os terceirizados e os gestores. A investigação do MP sobre os supostos desvios começou em julho do ano passado, após a revista “Época” divulgar uma gravação em que o ex-secretário afirmava à ex-mulher, Vanessa Felippe, que recebia propina de R$ 85 mil mensais. O dinheiro teria origem num contrato feito com a Tesloo, no valor de R$ 9,7 milhões. O GLOBO mostrou que, no processo contra Bethlem, o MP pediu a repatriação de R$ 2,1 milhões de contas na Suíça.

 

Fonte: O Globo

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