Lula enquadra PT e defende ajuste fiscal

Conquistar o apoio do partido às medidas propostas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi um dos principais objetivos da reunião do ex-presidente Lula com os senadores da bancada petista. Lula acredita que o PT não pode ficar a reboque do PMDB, que se reuniu antes com Levy e hipotecou apoio ao ajuste fiscal. Na avaliação de Lula, a fraqueza política de Dilma não permite que o PT hesite em apoiar as medidas. Senadores do partido devem parar de dar declarações que mostram resistência à nova política econômica. 

O ex-presidente disse que o governo precisa explicar a razão do ajuste fiscal, que seria reorganizar a economia para o país voltar a crescer. Se até o partido da presidente apresenta resistência às medidas, isso complica a aprovação de todo o ajuste no Congresso Nacional. Não estaria na hora de o PT mostrar divisão. A popularidade do governo caiu; e a Lava Jato atingiu o partido e a Petrobras em cheio. Lula tem batido na tecla de que as doações legais de campanha não podem ser criminalizadas. É o discurso de que há uma incoerência de julgamento sobre o tema.

Para o PT, a doação legal seria fruto de corrupção. Para a oposição, que recebeu doações das mesmas empresas, seria uma doação legal de boa origem. Há investigações da Lava Jato que, de acordo com delatores, mostrariam uma correlação entre o contrato obtido pelas empresas e a doação legal aos partidos. Por que as doações feitas pelas mesmas empresas a políticos da oposição seriam corretas? É um discurso defensivo, mas que levanta um argumento que tem consistência política.

A criminalização das doações legais levaria, portanto, a um fim do financiamento privado por meio das empresas. Esse é o debate que o PT pretende travar para se defender na Lava Jato, afirmando que o financiamento público seria melhor. No entanto, dificilmente o financiamento público puro passaria no Congresso. O PMDB, por exemplo, é contra. Pretende manter o financiamento privado das empresas, apesar da Lava Jato.

Outro ponto da estratégia petista é tentar melhorar a imagem da presidente Dilma Rousseff e do governo em São Paulo e no Nordeste. Em São Paulo, esse trabalho teria de ser feito em parceria com o prefeito Fernando Haddad. É preciso recuperar a popularidade do prefeito para que Dilma também se beneficie. No Nordeste, fortaleza eleitoral do PT nas últimas eleições, o objetivo é recuperar o terreno perdido. Daí a presidente ter ido à Bahia para inaugurações do “Minha Casa, Minha Vida”, que é o seu programa habitacional.

 

 

Fonte: Blog do Kennedy

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