Light pede reajuste de 22,83% para as contas de luz no Rio

A Light enviou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um pedido preliminar de reajuste médio de 22,83% nas tarifas de energia dos consumidores do Rio de Janeiro, para vigorar a partir de 7 de novembro. A agência vai anunciar na próxima terça-feira o percentual, que deve ficar um pouco abaixo do reivindicado pela distribuidora, mas pode chegar a 20%, segundo cálculos de analistas do mercado.

Em março, a Aneel havia autorizado um aumento médio de 22,48% na área da Light, em caráter extraordinário, devido à elevação dos custos da energia. Se a conta da Light subir mais 20% em novembro, o reajuste acumulado no ano ficará entre os maiores aumentos concedidos pela Aneel em 2015, em torno de 47%. Esse cálculo ainda não considera os custos da bandeira tarifária, que também têm impacto no valor total da conta de luz.

CUSTO DE LEILÃO

O pedido de reajuste da Light foi encaminhado à Aneel no dia 13 de outubro, e, nos custos, foi considerado o impacto do leilão de renovação das concessões de 29 hidrelétricas antigas, que elevará os custos da energia para a distribuidora. Porém, o leilão foi prorrogado de 6 para 25 de novembro. Assim, esses custos não poderão ser levados em conta na definição do reajuste, conforme entendimento da Aneel, porque o leilão ocorrerá após a data de referência para o aumento da Light. Com o adiamento do leilão, deverá ser deduzido dos cálculos do reajuste um custo de R$ 173 milhões ao ano para a Light.

O pedido da Light enviado à Aneel, ao qual o GLOBO teve acesso, destaca os custos e preços de mercado que não são gerenciados pela distribuidora — a exemplo da compra de energia, em valor de R$ 660 milhões — como principais fatores para o aumento das tarifas. Fábio Cuberos, gerente de regulação do Grupo Safira, destacou que, no pedido enviado à Aneel, a Light indicou que essa quantia de R$ 660 milhões significaria um impacto de 8,88% na tarifa.

FURTO DE ENERGIA

Logo, a redução do custo de R$ 173 milhões pela não realização do leilão deve resultar em uma redução ao redor de dois pontos percentuais no pedido da distribuidora, segundo Cuberos. Isso significa que o índice solicitado pela Light deverá continuar acima do teto anteriormente previsto por especialistas, que indicavam um aumento de até 15% em novembro. Cuberos destaca ainda que é tradição da Aneel aplicar reajustes ligeiramente menores do que aqueles solicitados pelas distribuidoras.

Nas últimas semanas, os reajustes concedidos pela Aneel vêm subindo consideravelmente. A partir de amanhã, por exemplo, os clientes residenciais da Amazonas Energia terão aumento de 38,8%.

— Ao longo do ano, os reajustes estão ficando cada vez maiores por diversos fatores, como o impacto da variação do dólar na energia gerada por Itaipu — disse Cuberos.

A Light informou ainda, em seu pedido de aumento, que o repasse de perdas não técnicas tem abalado seu equilíbrio econômico-financeiro.

A concessionária também apontou à Aneel como ponto de preocupação a “redução do mercado formal e o aumento do furto de energia resultantes do recente aumento das tarifas”. Esse efeito conjunto, segundo a distribuidora, “compromete, inexoravelmente, o equilíbrio da concessionária”. Mas ela explica no documento que, para detalhar qual será esse efeito, é necessário esperar o próximo verão, quando a temperatura elevada faz o consumo de energia elétrica na área de concessão da empresa aumentar.

Questionada sobre a proposta preliminar enviada à Aneel, a Light informou que não se manifestaria sobre o reajuste até a decisão da agência.

BANDEIRA VERMELHA

Ontem, a Aneel informou que a bandeira tarifária continuará vermelha em novembro. Isso implica um custo extra de R$ 4,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A bandeira vermelha indica que as distribuidoras estão comprando energia mais cara, fornecida pelas termelétricas. E, por isso, há uma cobrança dos consumidores. Desde o início do ano, as bandeiras tarifárias já custaram R$ 9,6 bilhões aos brasileiros em incrementos na conta de luz. Segundo analistas, a previsão é que a cor vermelha continue para o próximo ano.

 

 

Fonte: O Globo

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